domingo, 23 de janeiro de 2011

Sem surpesa de maior...

Resultados eleitorais dentro do que era previsível. Pelo menos, dentro do que eu previa.
Abstenção muito alta...eleição de Cavaco à 1ª volta, mas longe dos 60 e tal por cento... Alegre abaixo do que conseguiu quando candidato anti-partidos... Nobre muito acima do que as sondagens indiciavam... O homem do PCP com os votos estritamente comunistas...
Mais surpreendente o voto do madeirense. Espantoso! Francamente, julgava os portugueses mais imunes a campanhas de um castiço que se passeia com um coelho nos braço em pleno Funchal. (uma espécie de aproximação ao fenómeno Tiririca, que eu pensava exclusivo dos trópicos...).

Curioso o facto do Prof. Marcelo ter errado tão completamente os seus prognósticos.
Wishful thinking?

No que respeita a uma possível expressão eleitoral de Fº Nobre, bastaria olhar o resultado das últimas presidenciais e lembrar como o PS se dividira então... Estavam agora postas todas as condições, e mais algumas, para que a história se repetisse.
Sócrates e a sua persistente ambiguidade, a "preguiça" do aparelho - mais a heterodoxia do candidato oficial, o apoio, por causa dele, partilhado com aliados indesejados...
E havia ainda os frustados do "cavaquismo", a ala consevadora ofendida com a complacência do PR face à lei do casamento gay e outras modernidades que os atormentam. Não creio que tenham votado Coelho...

4 comentários:

  1. Doutora Manuela:

    Bela postagem.Subscrevo totalmente a sua opinião sobre as eleições. Sem surpresa.
    Lamento que um direito conquistado com tanta tenacidade por grandes mulheres não seja bem usado por muitas mulheres do sec XXI.
    O espirito crítico anda muito arredado nos tempos que correm.É muita pena!
    Cândida Ribeiro

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  2. Muito pertinente a observação.
    Vale para mulheres e homens, num país onde durante meio século, o voto não serviu para o fim a que essencialmente se destina...
    Mas é verdade que vale ainda mais para as mulheres, como diz a Drª Cândida - porque foram "de jure" cidadãs de 2ª até 1974, apesar de uma longa luta, começada no século XIX!

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  3. Como recordo a felicidade de participar, pela 1ª vez, em eleições livres, a valer, em 1975!
    Foi em Coimbra, onde era então assistente na Faculdade de Direito. Aguardei horas, de pé, em fila interminável, em conversa "apolítica" com os que me rodeavam - como manda a lei quando se está caminhando para as mesas de voto.
    Aconteceu o mesmo a toda a gente no resto do país! A longa e exultante espera. A abstenção foi infíma, é claro.
    Sentia-se o que estava em causa. Agora parece que cada vez se sente menos. Apesar de ser bem preciso continuar a democracia, que então despontava...
    O que é novo tem sempre mais encanto (ao contrário de Coimbra, na hora da despedida...),
    mas o mais importante é dar futuro ao projecto.
    Para que não haja nunca uma despedida da democracia...

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