quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

ESPINHO E OS SEUS CONTRASTES




1 - Se perguntássemos aos Espinhenses o que de bom e menos bom hoje apontam à sua cidade, teríamos, por certo, as mais variadas respostas. com algumas constantes...
Não vou hoje, aqui, fazer uma espécie de balanço - limitar-me-ei a referir dois casos, um pela positiva e outro pela negativa. Dois, escolhidos simplesmente como utilizadora frequente de serviços. O meu "topo e fundo", de fim de ano.   

2 - No fundo, a falta de cinema.
 Não de salas, porque temos três e todas excelentes, mas de espetáculos regulares. Imperdoável em Espinho, uma das primeiras terras a aderir à sétima arte, a ver grandes filmes, em sucessivas décadas do século XX. No FACE, o Dr Armando Bouçon organizou e mantém uma mostra de cartazes antigos, (que vão rodando, pois são imensos). Vale a pena visitar!
Quando eu era jovem, já algumas das casas de espetáculos, que foram pioneiras, tinham desaparecido, mas as duas existentes estavam no seu apogeu: a do Teatro São Pedro e a do Casino. Ao ritmo de um filme por dia, em cada uma, tínhamos ao dispor sessenta sessões por mês. Quantas vezes, para não perdermos  nenhuma das que aconteciam em simultâneo, íamos a uma à tarde e a outra à noite!
A sessão das 21.30, no Casino, apresentava, em determinados dias da semana, ao intervalo, atuações ao vivo de artistas consagrados (recordo, por exemplo,  Simone de Oliveira ou Tony de Matos). No Teatro São Pedro, os intervalos eram sempre uma festa, cheia de luzes, refulgindo sobre enormes retratos emoldurados de vedetas de Hollywood, e sobre uma elegante multidão em movimento em direção ao café bar, nos átrios ou nas escadas que ligavam a plateia aos balcões. Um espetáculo dentro do espetáculo! O filme podia até desiludir, mas não a "movida" de gente, tão semelhante à da Avenida, embora num espaço de convívio mais íntimista e requintado, que fazia o preço do bilhete valer a pena.
E agora?  Agora, já não há o Teatro S Pedro, que foi lamentavelmente demolido, na década de oitenta, para dar lugar a um prédio de andares, sem história e sem estilo arquitetónico, embora com o  compromisso de manter aberta uma sala de espetáculos, que está lá, mas afeta a outros fins. O Casino, cuja sala também está lá e é, sem dúvida, uma das melhores que há no país. há muito encerrou, igualmente, as portas à sétima arte.
Resta o Multimeios, que vem ensaiando uma programação de produções populares, que pouco público atraem. E não admira, pois nem sequer assegura o mínimo de regularidade - abre quando abre e fecha quando fecha. Em princípio, um filme por semana, com erráticas intermitências, algumas longas. como as deste dezembro de 2017: até ao dia 6, esteve em cartaz o medíocre "remake" de um famoso policial de Agatha Christie (Crime no Oriente Expresso);  seguiram-se duas semanas de pausa; a 21, reabriu, com estreia de "Star War. o último Jedi", que se conservará em exibição até 3 de janeiro. (Para crianças: "O gangue do parque",  de  21 a 28,  e "A magia dos póneis", de 28 a 3 janeiro). 
Devo acrescentar que, este domínio, também poderia estar no meu "topo", mas só graças aos festivais -  CINANIMA, FEST, Cinema imersivo... Todos, sobretudo o CINANIMA, colocam Espinho no "mapa mundi" da cinefilia, mas sem espetáculos 365 dias por ano não se ganha a nova geração para esse mesmo mundo.

3 - No topo, coloco o nosso Centro de Saúde.
 Há dias, enquanto ouvia o programa da manhã da Antena 1, em que os ouvintes criticavam duramente o setor da saúde, de norte a sul do país, pensava: podem ter razão no que respeita às suas terras, às urgências dos hospitais. à regressão geral, que os cortes orçamentais vão, gradualmente, provocando no sistema, mas a crítica desenfreada a que se entregam, durante o seu minuto de notoriedade, contrasta com a realidade que conheço na unidade de saúde de Espinho. Aqui, a organização das consultas, embora haja que marcar com alguma antecedência, é eficaz. As funcionárias da receção são simpáticas e despachadas. O "médico de família" é competente, amável e recebe-me à hora marcada, com uma pontualidade raras vezes vista na medicina privada. Os médicos fazem equipa com enfermeiros, e não interferem na sua esfera de autonomia. Esta conjugação de especialidades, garante a qualidade dos serviços, não só de medicina como de enfermagem. Sei-o por experiência vivida: qualidade superlativa! Há uns tempos, fui operada (muito bem) num afamado hospital privado do Porto. O pior foi o posterior tratamento para fechar a ferida aberta por um longo corte cirúrgico, que teimava em não fechar completamente. Durante mais de três meses corri para o dito hospital, constantemente. Por fim, fiquei por minha conta, e decidi recorrer ao centro de saúde, onde solução encontrada pela Enfermeira Patrícia me curou em quarenta e oito horas. Quem sabe, sabe! Aqui fica o meu público testemunho do que considerei um verdadeiro milagre. 
E, por isso, afirmo convictamente: perdemos o nosso excelente  "hospital de proximidade", com todas as valências que nos oferecia (uma perda tremenda"), atravessamos tempos difíceis, corremos o sério risco de desbaratar, um pouco por todo o lado, o serviço nacional de saúde, de que justamente nos orgulhávamos no quadro europeu, mas ainda assim, podemos confiar em pessoas, que, com o seu saber e experiência, resistem à crescente falta de meios. Assim seja, até que estas políticas de austeridade sejam coisa do passado...

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

ADMIRÁVEL CATALUNHA

Uma bela lição de democracia nos deu  a Catalunha! Em eleições comandadas por Madrid (Castela), com os principais dirigentes independentistas presos nos cárceres espanhóis ou exilados, o Povo manteve a maior civilidade e deu a maioria parlamentar aos perseguidos.
A UE, como nós próprios bem sabemos, move-se pelos interesses dos mais poderosos, um dos quais, embora relativamente menor, é a Espanha. Não há, por isso, independência possível para uma Catalunha próspera fora da UE, mas haverá uma 3.ª via, alcançada pelo diálogo político e pela procura se consequentes soluções jurídicas, adequadas a um Estado feito de Nações - talvez os EU da Espanha,  ou uma monarquia federativa. Não sei...não sou nem catalã, nem castelhana e também não sou constitucionalista. Mas modelos constitucionais não faltam! Falta inteligência a Rajoy (que parece uma espécie de Putin do ocidente - em decadência ao contrário do verdadeiro Putin...) e a um rei irrelevante, vencido nas urnas pela república catalã.
Sendo o melhor argumento das monarquias modernas a sua capacidade de unir os povos do reino, ou seja, seu poder moderador, e faltando este à  de Madrid, não se lhe pode prever vida longa

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

EMIGRAÇÃO NAS ESCOLAS

 Ferro Rodrigues. 110973657 Resolução da Assembleia da República n.º 267/2017 Recomenda ao Governo a valorização do ensino da história da emigração portuguesa A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, recomendar ao Governo que: 1 — Reforce a presença nos currículos escolares da história da emigração portuguesa, de forma integrada e nas suas várias dimensões. 2 — Apoie o desenvolvimento da investigação sobre a emigração portuguesa nas instituições de ensino superior portuguesas e estrangeiras, em particular em países com presença relevante de comunidades portuguesas. Aprovada em 27 de outubro de 2017. O Presidente da A

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

CONDECORAÇÕES NO MASCULINO

Dizer "condecorações no masculino" é quase um pleonasma, de tão raras que são as femininas.
Portugal condecora muito, mesmo muito, em termos comparativos, mas, em regra, apenas homens. Assim aconteceu, recentemente, no Porto, pela mão do Presidente Marcelo. De uma assentada foram sete. Sete magníficos! Segundo a lista publicada pelo JN: Germano Silva, Valente de Oliveira, Amândio Seca, José de Oliveira, João Casal, Avelino do Carmo, Eduardo de Sousa. Oriundos do meio académico, cultural, empresarial. Nada contra - alguns conheço, são amigos que admiro, e os outros serão, decerto, igualmente merecedores. Em todo o caso, fica a pergunta: não há no Porto uma, ao menos uma, ilustre senhora a distinguir, do mesmo modo?
Parece que não.
De todos os presidentes da Republica do pós 25 de abril, só Jorge Sampaio se preocupou em olhar em volta e descobrir valores na metade esquecida da sociedade portuguesa. Começou por o fazer numa data simbólica do combate das mulheres pela igualdade - o 8 de março. Algumas teriam preferido o 10 de junho...  Eu não -  gostei que tivesse sido assim, como uma chamada de atenção não só para as individualidades, como para a discriminação que ainda as atinge enquanto sexo, ou género. Ou seja, para a regra e não só para as exceções.
Recebi, em Braga, a par de outras colegas que, por largos anos, haviam servido no Governo da República, ou. em outros cargos e domínios, a minha condecoração (a  Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique, pelo trabalho feito nas comunidades do estrangeiro).
Ter acontecido num 8 de março e por decisão do Presidente Jorge Sampaio, aquele com quem mais me identifico com feminista, acrescentou imenso ao significado do gesto em si.
Agora, cerca de 20 anos depois, pensando nas cidadãs Portuguesas, que, dentro e fora do País, sem qualquer reconhecimento oficial, se envolvem em atividades cívicas ou profissionais, no voluntariado e na luta contra todas as formas de discriminação, tinha de fazer este reparo...



segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

ENCONTRO NAS MARGENS DO RIO PRATA

ENCONTRO NAS MARGENS DO RIO PRATA

1 - Todos os anos, em Novembro, os Portugueses do chamado "Cone Sul" (da América) encontram-se num dos três países que o formam, Brasil, Argentina e Uruguai.  O grande Encontro nasceu à volta de um campeonato do popular jogo da sueca, que, praticamente desde o início, se foi alargando a outras formas de convívio interassociativo - exposições, desfile e exibição de ranchos folclóricos, palestras, debates, conferências... Na verdade, a componente puramente lúdica com que começou por se apresentar e por ganhar o seu público, rapidamente cedeu a um marcante perfil cívico e cultural, com a participação de personalidades de relevo dos países co-envolvidos - membros do Governo, Deputados, Diplomatas, Autarcas, Conselheiros das Comunidades, dirigentes das instituições comunitárias, especialistas das temáticas em análise, escritores, artistas plásticos....
A 29ª edição decorreu nas margens do Rio da Prata, na famosa Colónia de Sacramento, fundada por Manuel Lobo, ido do Rio de Janeiro, por largo tempo, território de reino português e hoje "património da Humanidade", na sua belíssima traça antiga. Sem o imenso Prata à vista, poderíamos julgar que estávamos no centro de uma vila transmontana, milagrosamente preservada, através dos séculos.
A qualidade da sua reconstrução, em data recente, fica a dever-se, sobretudo, a um notável historiador luso-uruguaio, o Prof Fernando Assunção, com quem em 1980 visitei a cidade, ainda á espera  da finalização das obras que a colocaram no mapa da UNESCO.
  
2 - Num outro país de emigração, este Encontro seria apenas importante. No nosso caso, é mais do que isso: é único! É um paradigma de internacionalização  inédito no panorama do associativismo português.
De facto, ao contrário do que acontece nos demais países europeus. o associativismo português é muito forte, a nível de cada cidade, ou região, ou país, mas nunca ultrapassa esta última fronteira.
A proliferação de organizações mundiais de emigrantes deu-se em inícios do século XX, num tempo em que os europeus procuravam, em massa, nova vida na América, de norte a sul. Exemplos: a Organização dos Suíços no Estrangeiro, (que ainda hoje dá mostras de extraordinária vitalidade, reunindo anualmente, em congresso, mais de um milhar de emigrados e elegendo, entre eles, o mais antigo dos "Conselhos" das Diáspora europeias: a "Associação Mundial dos Austríacos no Estrangeiro"; os "Flamengos no Mundo" e a "União Francófona dos Belgas no Estrangeiro": a "Associação de Cultura Alemã no Estrangeiro": a Fundação dos Espanhóis no Mundo": a "Associação para os Direitos dos Ingleses": a "União dos Italianos no Estrangeiro": a " Suécia no Mundo" e a "Associação Educativa das Mulheres Suecas": a "União dos Franceses no Estrangeiro", a primeira a reclamar, desde 1927, a representação política dos expatriados, (que está na origem da instituição, em 1948, do "Conselho Superior dos Franceses do Estrangeiro", atualmente "Assembleia dos Franceses do Estrangeiro" - órgão de consulta governamental, em que se inspiraram, na década de 80, os "Conselhos" de todos os outros países europeus, incluindo o nosso). A última  é "Comunidade Polaca", constituída em 1991, pouco depois da dissolução da URSS.
É paradoxal ver o Povo que, na sua dispersão planetária, corporizou o primeiro movimento de globalização dar, assim, mostras de incapacidade de unificar institucionalmente um movimento associativo pujante, mas fechado sobre si - como uma infinidade de ilhas que querem sempre fazer ponte com o País, mas não entre si.
Houve uma tentativa, tardia embora, de alterar este estado de coisas - nos anos sessenta, com  a criação da "União das Comunidades de Cultura Portuguesa", por iniciativa de Adriano Moreira, então presidente da Sociedade de Geografia, O regime não a deixaria sequer passar da proclamação formal, num grande Congresso mundial,  para a ação concreta.
De qualquer modo, note-se, era de dentro do país e não da própria Diáspora que o clarividente projeto nascia...Depois, no princípio de oitenta, foi o governo a propor uma ideia de federalização associativa a partir do Conselho das Comunidades. Também não resultou. O Conselho continua, mas como mero órgão consultivo governamental, onde há dirigentes de coletividades dos cinco continrentes, eleitos a título individual..

3 - Neste novembro de 2017, houve uma razão muito especial para reunir no Uruguai o atual Secretário de Estado, José Luís Carneiro e dois dos seus antecessores, José Cesário e eu mesma: O Encontro era dedicado a José Lello, 
que ocupou esse cargo, de uma forma memorável, nos anos noventa e começo do século XXI. Foi depois Ministro do Desporto e deputado, sem nunca esquecer e, como se viu em Sacramento, sem ser esquecido pelo mundo da emigração. Foi o único titular da pasta, que anos depois de cessar funções procurou lançar uma Fundação para o diálogo no espaço lusófono (Terra Mater) e convidou-me a partllhar com ele o empreendimento. Aceitei sem pensar duas vezes, porque  para mim José Lello, tendo sido, episodicamente, um adversário político, se convertera num amigo verdadeiro -  e para sempre. O que nos dividiu, numa fase encerrada foram questões menores. No essencial, tínhamos a mesma visão da Diáspora e da urgência dea unir em volta de valores culturais. Por isso, não hesitei em fazer tantos milhares de quilómetros para o lembrar, numa sentida  homenagem, com a presença do seu filho Miguel, entre muitas centenas de Portugueses de países distantes. (a homenagem que faltou no Portugal do território...).

SOBRE A MINHA DESCOBERTA DAS ACADEMIAS DE BACALHAU



Em 1980, por gratificante "dever de ofício", como membro do Governo responsável pela emigração, iniciei um infindável roteiro de viagens ao mundo da nossa Diáspora, que até aí desconhecia na sua verdadeira dimensão, como era comum e ainda hoje é, entre os portugueses que de deixaram ficar no território das fronteiras geográficas. 
Cheguei à África do Sul, em setembro desse ano, já com a experiência de contactos com coletividades portuguesas de três continentes, e, assim, facilmente, pude constatar, viver e sentir a absoluta originalidade das Academias de Bacalhau, enquanto modelo de reunir os portugueses para fazerem coisas grandes na campo dos valores do humanismo, da lusofonia, da entreajuda, em ambiente de tertúlia, a partir da festa, de ditames e rituais, que se diria (e bem...) inspirados nas tradições académicas, numa fraternidade de jovens de espírito, se não de idade...  Nos momentos divertidos em que levantava, baixava e bebia um copo de vinho no meu primeiro " gavião de penacho", pensava: "que ideia tão bem achada e tão bem conseguida!". Estava em Joanesburgo, na Academia-mãe, num almoço certamente mais formal do que habituais, mas onde (não obstante esse "senão"...), o espírito da festa se mantinha intacto. Entre tiradas de humor, graça "académica", boa disposição geral, ao lado do mítico fundador  Durval Marques, aprendi que nas Academias, já então pujantes em outras cidades do África austral, ninguém se ficava no "convívio pelo convívio". Eram todos militantes da intervenção solidária na sociedade! Aprendi que a ação se desenrolava, sempre, em dois tempos sucessivos:
 Primeiro, o dos almoços de amigos, puramente lúdicos, com as suas regras estritas de convivialidade, as proibições (como falar de religião, de política...), cuja infração frequente, garantia multas pesadas:
 Segundo,  o da gestão das generosas "multas". Com essas verbas lançaram,por exemplo, a primeira pedra do lar de terceira idade de Joanesburgo, que talvez seja o melhor de todos os que existem na Diáspora, prestaram assistência aos refugiados de Moçambique e Angola, em 1974 e 1975, e prosseguem, hoje nos quatro cantos da terra, projetos adequados ao perfil de cada comunidade, ás suas aspirações culturais ou ao apoio a desfavorecidos.
Aquele primeiro "almoço de descoberta" converteu-me em incondicional admiradora de tão eficaz paradigma de, "ridendo",  fazer o bem ! Ainda por cima, fui declarada membro da "Academia-mãe", com um sentimento de genuína adesão aos seus princípios e práticas, fundados na amizade, na alegria de conviver e na vontade de tornar o mundo melhor e mais divertido. 
Não era, aliás, a primeira portuguesa a ser assim chamada ao convívio dos auto-designados "compadres". Na altura, os almoços e, com eles, a titularidade de associado,  eram, em regra, reservados aos "compadres", mas tudo o que se passava em horário pós-laboral, jantares, encontros, abrangiam as mulheres, as "comadres".  Era a evidência de que a "praxis" se baseava em formas de relacionamento preexistentes - o do almoço, na pausa do trabalho, entre profissionais (todos homens, porque a metade feminina estava, de facto, ausente desse círculo), o do jantar, naturalmente, reunindo famílias inteiras. Nunca foram, bem pelo contrário, uma espécie de "clube inglês" segregacionista! Quando as Academias chegaram a comunidades onde as mulheres partilhavam  com colegas homens o meio profissional, logo se abriram à sua plena participação e logo as vimos assumirem cargos de direção e até a presidência - o que nas instituições mais tradicionais foi, ou ainda é, um caminho longo...
Defensora, como sou, de uma associativismo misto, onde os géneros de completam como fator de progresso e democracia, compreendo a existência de organizações femininas - ou masculinas - quando moldam realidades  de cooperação, que, de outro modo, seriam prejudicadas, esperando, embora, vê-las evoluir para um harmonioso encontro das duas metades, do todo. Também neste aspeto, que tende a ser sempre menos valorizado, as Academias de Bacalhau nos deram uma lição de boas práticas, na rota dos bons princípios!