quinta-feira, 8 de setembro de 2011

De partida para Budapest

A convite do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Hungria. Para debater sistemas de representação de emigrantes.
Um dos temas de estudo e, também, de luta política que tem preenchido a minha vida.
Óptima ocasião para ter uma visão do que se passa e do que se projecta na Europa, em particular na Europa de Leste. Excelente iniciativa do governo húngaro, em parceria com a Universidade e a Academia de Ciências, onde decorrerá a sessão. Aberta pelo Ministro, naturalmente.
O caso português é considerado interessante. E, apesar de tudo, numa perspectiva de direito comparado, até é!

Convite do Centro Republicano Democrático de Fânzeres

O Centro Republicano de Fânzeres foi um parceiro maior e assíduo das comemorações do Centenário da República em Espinho, nos meses em que fui Vereadora da Cultura da Autarquia e, por isso - e não só por isso! - foi com imenso prazer que recebi o convite para ser oradora na sessão solene que marca o 103º aniversário desta grande instituição gondomarensa, agora a viver nas suas novas e grandiosas instalações.
Outras razões determinantes de uma aceitação entusiástica: uma de ordem geral, que é a admiração pelo voluntariado e pelo associativismo; outro muito especial, pelo facto de ser gondomarense e de ter, nessa terra das minhas origens em longa fila de gerações, o lado mais republicano da família.
Embora nas sessões solenes não seja habitual introduzir o debate, pedi que isso fosse permitido, para melhor nos integrarmos no "espírito da época", essencialmente marcada, tal como a vejo, pela vontade de dialogar, de comunicar ideias e projectos e de incentivar o exercício da cidadania, antes de mais, pela palavra (a crença no poder da palavra a anunciar e a anteceder a acção para transformar a sociedade, através de um "novo homem"- e uma nova mulher!).
Mudar as mentalidades, mudar as estruturas para aceder à liberdade, igualdade e fraternidade, com o acento na vertente da educação - de massas - e da cultura, eis um aspecto fundamental da utopia republicana de inícios do século passado.
Num tempo em que, a meu ver, a "questão de regime" perdeu toda a sua modernidade, o desafio do desenvolvimento cultural (e da participação cívica) é ainda absolutamente actual.
Debate houve e que debate!
Com a intervenção da Drª Fina da Armada e com o meu conhecido pendor feminista - à maneira de Ana De Castro Osório e suas companheiras - largamente partilhado naquele salão do Centro Republicano, onde a Câmara de Gondomar e a Junta de Freguesia tinham, ambas, rostos femininos, não admira que o movimento das mulheres portuguesas do princípio de novecentos, acabasse por estar no centro das atenções.
Um feliz serão, a 4 de Outubro, em que constantemente pensava nesse tios de Gondomar. Tios bisavós - como Manuel Guedes Ferreira Ramos- ou tios avós, como António, Alexandre, Alberto Mendes Barbosa ou José Barbosa Ramos, que foram exemplo de cidadadania e intervenção política, pois não exitaram em arriscar a sua situação profissional e a sua vida, para lutar por ideais.
"O António no Aljube", "o Alberto no Aljube" são inscrições no verso de fotos antigas, escritas pela letra pequena e inclinada da Avó Maria (ela própria monárquica e conservadora), de que me recordo desde criança...
O Tio Manuel Guedes não viu o dia da revolução, mas os seus companheiros de luta, depois do 5 de Outubro, não o esqueceram e deram o seu nome à Praça do Município, em Gondomar. O Tio António, percorreu, no tempo de Sidónio, os caminhos do degredo em África. O Tio José, que era o mais jovem Conselheiro do STJ, juiz com uma carreira brilhante pela frente, foi aposentado compulsivamente, na era salazarista.
O Pai era monárquico, Regenerador, tal como as irmãs, incluindo a Avó Maria, e como o cunhado António Carlos, o meu Avô Aguiar.
Divididos apenas pela "questão de regime", esses antepassados, de que me orgulho por igual, souberam sempre debater ideias opostas e viver em plena harmonia social e afectiva.
Assim deve viver uma família, uma comunidade ou m País, não é verdade?

sábado, 3 de setembro de 2011

Os insondáveis designios de Bento

Um dos quais foi a convocatória de NUNO GOMES...para o banco!!!
Um jogador de enorme curriculum, convocado depois de uma longa ausência, num particular sem importância, não pode entrar em campo, ao menos por alguns minutos?
Nuno Gomes convocado para dar autógrafos, escreveu certa imprensa...


O BANCO DE BENTO...


Já repararam que depois de um golo de penalty (duvidoso), de um joguito medíocre contra uma medíocre equipa, Portugal melhorou, acabou goleando o Chipre com golos de dois jogadores que vieram do banco, para disputar os últimos 15 minutos?
Face ao despropósito das escolhas de Bento, parece que Ricardo até podia ter achado uma distinção ficar no banco. Era aí que estavam os melhores...

NÃO DESERTA QUEM QUER IR À GUERRA

O desertor foge com medo do combate, ou recusa o combate por pacifismo, em nome dos princípios.
Ora, como sabemos, depois de ouvir as palavras de Ricardo Carvalho - e como já antecipávamos, antes mesmo de o ouvir - o seu problema na Selecção Nacional é precisamente o contrário: ele queria "ir a combate", queria jogar!
O insulto de Paulo Bento foi execrável. Não definiu o acto de Ricardo Carvalho: definiu o carácter de Paulo Bento.
E com isto, já não me resta a menor dúvida: Ricardo foi maltratado.
Quem tem o curriculum dele (o melhor "central" do mundo, 75 internacionalizações...), quem é um veterano, um dos pilares e um dos capitães da equipa, merece a titularidade. E se não a titularidade, pelo menos, uma palavra de explicação, quando, depois de um treino em plena forma, é substituído por um colega mais jovem, que nem sequer treinou...

Vamos imaginar que uma situação semelhante acontecia com Cristiano Ronaldo: é um dos melhores jogadores do mundo, é capitão da selecção, faz um treino fantástico, e, depois, sem lhe darem uma palavra, apercebe-se de um facto insólito - vai ser substituído, no plantel, por um rapaz novo, uma vedeta ascendente.

E se o Cristiano tivesse, então, de cabeça perdida, abandonado o estágio da selecção?
Bento, sendo Bento, podia até dizê-lo "desertor". Mas a imprensa não iria tratar Ronaldo com está a tratar Ricardo...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Pouco Bento...pouco Bento...

A história da saída de Ricardo Carvalho do estágio da selecção nacional está por contar.
Não obstante, quantos comentários, ontem, pela noite fora - e todos os que chegaram ao meu conhecimento condenatórios do jogador!
Por mim, não faço julgamentos sumários, sem sequer conhecer todos os dados relevantes.
Mas, a avaliar pelo passado de Ricardo e de Bento, até prova em contrário, presumo Ricardo inocente. Mais vítima do que culpado.
De Bento conhecem-se atritos e sarilhos vários no balneário. Ricardo, por contraste, é um "senhor", para além de ser - como diz Mourinho - o melhor central do mundo.
Mesmo que tivesse razão, Bento tê-la-ia perdido com os excessos de linguagem.
Desertor?
Desertor?
Só faltou exigir o "fuzilamento".
Ou não faltou... pelo menos na forma metafórica.