A notícia caiu fria e definitva - o fim da Praça da Alegria nos estúdios do Monte da Virgem...
São 18 anos de história da televisão portuguesa que, assim, sem razão e sem explicação, chegam ao seu termo, prematuramente. A mando de uma administração fraca e transitória da RTP, em vias de privatização - que vejo como um triste sinal dos tempos.
Nós sabemos que isto não é tanto dirigido à Praça (que é um ex-libris da televisão), como à autonomia, à própria existência de um centro da RTP no norte do País.
No terreno da economia de meios, de profissionalismo e de dedicação o Porto dá exemplos a Lisboa, pelo que, particularmente em época de austeridade, o seu centro de produção devia estar em expansão e não ser extinto - ou desvalorizado...
Desvalorização que afecta a vivência democrática de todo o País, na medida em que largamente silencia toda a região norte, e também a emigração, que é maioritarimante da metade norte de Portugal. A democracia exige formas de expressão concreta da cidadania, que passam por um equilíbrio regional. É inadmissível que assim, agora, em 2013, se regrida décadas num equilíbrio conseguido e consolidado progressivamente.
A RTP do Monte da Virgem já demonstrou que é melhor que a de Lisboa, mais "serviço público", mais capacidade de funcionar economicamente, sem gastos sumptuários e sem recurso a meios "externos", mais próxima das pessoas, mais acessível à sua participação - aspecto em que bem se pode dizer que foi pioneira, que abriu caminhos, que fez história .
Por tudo isso, merece ser tratada de igual para igual e não ver as suas ideias e projectos, os seus programas e realizações de sucesso, apropriados pela cobiça, pela exibição da força centralizadora, quase apetece dizer "imperial do Terreiro do Paço televisivo
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