sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

ASSOCIATIVISMO SENIOR

 ASSOCIATIVISMO SENIOR VERSUS ENVELHECIMENTO DO MOVIMENTO ASSOCIATIVO TRADICIONAL NO PAÍS E NA DIÁSPORA

1 - Portugal é um dos países do mundo com a população mais envelhecida, situação demográfica agravada pela ausência de políticas públicas para a promoção da participação cívica e profissional dos mais idosos e pela existência de preconceitos arreigados e de limitações jurídicas, que se traduzem em múltiplas formas de discriminação. em alguns casos consagradas em leis de duvidosa constitucionalidade, e os afastam da intervenção social e política.ou os levam e terminar prematuramente as suas carreiras
A "terceira idade", em Portugal, é predominantemente olhada no terreno da sustentabilidade da segurança social ou dos cuidados médicos e medicamentosos, logo, contabilizada no discurso corrente, como um "fardo"
Num quadro tão  negativo, em termos europeus e globais, surgiu nas duas últimas décadas,. um movimento cívico, de idosos para idosos, as chamadas "Universidades Seniores", que, configurando um novo paradigma de associativismo, nos colocou na vanguarda, a nível internacional. Em nenhum outro país terá este modelo conhecido uma mais rápida disseminação territorial, ou uma mais perfeita  consecução de objetivos, entre os quais se contam a valorização do voluntariado, da experiências e saberes, a dinamização da vivência cultural das pessoas de todas as idades, em cada terra, o rejuvenescimento anímico dos seniores e o diálogo intergeracional..
2 -  Mais difícil se tem mostrado a transposição deste modelo de sucesso do país para as comunidades do estrangeiro, onde o envelhecimento, quer das bases quer das cúpulas das associações, em que se estruturam organicamente as comunidades, é apontado como o problema maior, a par do decréscimo generalizado de participação, no contexto de novas vagas migratórias, em que a predominante emigração de perfil tradicional coexiste com a designada "nova emigração" de jovens altamente qualificados e supostamente mais individualistas.
O projeto ASAS (Academias Seniores de Artes e Saberes) foi impulsionado, a partir de 2012, pela Associação "Mulher Migrante"  (AMM), e, ao longo de período de sete anos, regista iniciativas concretas limitadas à RAS (onde cresceu no interior da preexistente "Liga da Mulher"), Argentina (região de Buenos Aires) e Canadá (Toronto).
O desafio que, no domínio da participação ativa na vida das comunidades portuguesas, se coloca aos poderes públicos e ao desenvolvimento das suas políticas, tal como às ONG's, encontrará um princípio de resposta na mobilização dos segmentos que têm sido mais marginalizados, as mulheres e os jovens, mas também, sem dúvida os mais velhos, que, em instituições novas, como as Academias Seniores, podem encontra meios de contribuir para a modernização e o futuro do associativismo na Diáspora.

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