sexta-feira, 18 de março de 2011

Sobre o (Des)Conserto

Uma entrevista di jornal "DEFESA DE ESPINHO"

Tem-lhe encantado mais a verve do maestro António Victorino D’ Almeida
ou os seus dotes musicais (ao piano) no ciclo “Café (des)conserto” (em curso
no Centro Multimeios)?

Acho que o músico genial - não só um virtuoso pianista, mas um grande maestro e compositor – tem o seu lugar de vanguarda na vida cultural portuguesa do nosso tempo. E não podemos deixar de reconhecer , antes do mais esta qualidade, que só por si, tornaria histórica a sua continuada presença em Espinho. Em concerto. O (Des)concerto, porém, só é possível, graças à outra faceta, que acresce e o torna tão versátil, tão fascinante para todos os públicos, mais ou menos eruditos: a de comunicador, tendo a seu crédito uma assombrosa vivacidade, uma vastíssima cultura geral e não só musical, mais a sua imaginação e a sua “verve”. Com ele no palco, tudo é imprevisto e espontâneo e temos a certeza, não só de viver momentos de emoção artística, como outros de puro humor e diversão. E, para além disso, a certeza de aprender, porque também é o perfeito professor.
Quando o título (Des)conserto me ocorreu (não esqueço que foi por acaso, ao descer, numa bela manhã de Outono, a Rua 19), pensei imediatamente no Maestro. Ou ele, ou nada! Apenas o achado de um trocadilho, sem mais consequências…


2 – Argumentando ser o música como pela
palavra”, a Câmara Municipal perspectivou na antecâmara didadas (seis) sessões
(nas primeiras quintas-feiras do corrente semestre) que o ciclo “Café
(des)conserto” iria “certamente” marcar a vida cultural da cidade, “com a
vivência de momentos inesquecíveis”… Assim foi (com o grupo coral da
Academia de Música de Espinho sob a batuta do maestro Fausto Neves, a
pianista Olga Prates e a cantora Nádia Sousa. E assim será nas noites de 7
de Abril, 5 de Maio e 2 Junho? Com puro café-concerto…

A aposta na “vivência de momentos inesquecíveis” foi certamente ganha nestes 3 primeiros (Des)consertos, como sabem os que podem dizer “eu estive lá!”
O que vão ser os próximos? Mais e mais surpresas, a animar a vida cultural de Espinho, e a recordar memórias de outros génios musicais que por aqui passaram ou aqui viveram. Cada sessão pode ter um “leit-motiv”, uma temática, mas será sempre, acima de tudo, improviso “(des)consertante”. O Maestro é ele próprio e cria as mais prodigiosas circunstâncias… Mas os participantes podem ser parte do improviso e do seu destino. Já aconteceu: um pequeno comentário sugestivo basta para provocar uma explosão de graça e uma mudança da rota do programa. Aqui fica o convite.

(publicado a 17 de Março)

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