terça-feira, 20 de outubro de 2020

HERNÃNI SOBRE OS FERREIRA RAMOS Maria Manuela Aguiar sábado, 25/07, 16:24 para mariamanuelabarbara, Eduarda, Carlos lá, Manuela, Muito obrigado por mais esta achega, que já incluí no meu texto. Infelizmente o livro paroquial de Gondalães para o ano em que o teu tio casou não existe online, pelo que fiquei sem possibilidade de obter informação até do sobrenome da tua Tia Hermínia. Estive a ler com grande prazer os textos que me enviaste sobre este teu tio e, também, sobre Manuel Guedes, teu tio bisavô. Sem desprimor para o primeiro, o último seria uma personagem fascinante e merecedora de dar o nome à praça do município. Para mim é sempre um fascínio tentar compreender as razão dos nomes das pessoas e este caso foi excepcional. Assim, a sua filha mais velha, Joana, foi afilhada de D. Joana Flávia da Cunha Guedes e Vasconcelos e de um dos seus filhos, moradores no Porto. O irmão que se seguiu, António, foi afilhado desta senhora e do mesmo filho, ainda moradores no Porto. Esta aristocrata era filha do proprietário da Quinta de Bouça Cova e casada com João Bernardo de Meireles Guedes, Fidalgo-Cavaleiro da Casa Real. Quando o pai faleceu ela herdou a quinta e foi viver para lá, em São Cosme. Quando a seguir nasceu outra menina, Rosa, ela ficou afilhada de dois vizinhos de Quintã. Entretanto, Joana tinha falecido, possivelmente pouco depois do baptismo, pelo que se seguiu outra Joana, que foi novamente afilhada desta D. Joana e doutro dos seus filhos, desta vez já a residirem em São Cosme. A seguir nasceu Manuel (Ferreira Ramos), que foi afilhado dum casal do Porto, Manuel Pinto da Silva e D. Inácia da Silva Pinto. Com excepção dos vizinhos que foram padrinhos de Rosa, os demais padrinhos, mesmo quando já residiam em São Cosme, nunca estiveram presentes, pois sempre se fizeram representar, ocasionalmente pelos avôs das crianças. Encontrei apenas quatro filhos para Manuel Ferreira Ramos: António (1850), Joaquim (1852), João (1854) e Amélia (1857), todos nascidos em São Cosme… e não encontrei mais. Em 1877, com 20 anos e o nome Amélia da Silva Ramos, este última filha de Manuel Ferreira Ramos foi madrinha do teu Tio Alexandre, tendo então ficado registado que nessa data a madrinha morava no Porto, mais precisamente no Largo Camarão da freguesia do Bonfim. Isto permitiu-me investigar se por acaso não teria casado ali e tive sorte, pois encontrei o casamento um ano depois, 1878, no mesmo endereço, com João Pinto da Costa Lobão; foram testemunhas Manuel Guedes Ferreira Ramos e Maria da Silva Ramos, pais da nubente. Pela primeira vez vi a associação do sobrenome Guedes. Aquando do casamento da filha, Manuel Guedes Ferreira Ramos tinha 49 anos. Ainda que não os tivesse conhecido, ele saberia que os seus padrinhos eram do Porto, como eram os padrinhos dos irmãos mais velhos; assim, terá talvez concluído que também ele fora afilhado desta D. Joana Flávia da Cunha Guedes e Vasconcelos e decidiu adoptar este sobrenome desta suposta madrinha. Em 1813, isto é, 16 anos antes de Manuel Ferreira Ramos ter nascido, esta aristocrata fizera uma doação de 100 mii reis para uma qualquer obra social quando a maior parte das demais doações não ultrapassava os 50 mil reis; isto denota que, além de ser muito rica, em 1813 esta senhora já tinha independência (e idade) suficiente para fazer uma doação tão avultada. Quando Amélia casou já tinham passado 65 anos sobre esta doação, pelo que possivelmente a evocada e suposta madrinha já teria falecido há muito tempo. Outra questão interessante a propósito dos nome refere-se ao caso da mulher de Manuel Ferreira Ramos, que, em solteira e quando casou, se chamava Maria Pereira (Pereira, de Agostinho Pereira de França, o pai) e era filha de Maria de Sousa neta de Manuel Alves Pinto e de Catarina de Sousa. Por casamento, mudou os sobrenomes de tal modo que, quando os dois primeiros filhos, António e Joaquim, foram baptizados, lhe foi dado o nome Maria de Sousa, como a mãe; porém, quando nasceram os dois últimos, João e Amélia, o nome já era Maria de Sousa e Silva. Finalmente, quando a filha Amélia casou, já não usava nem Pereira nem Sousa, mas Maria da Silva Ramos. O aparecimento de Silva ou da Silva é um mistério, pois para trás não aparece nem sequer nos padrinhos. Por razões qua nunca consegui entender, em muitas famílias o nome Silva ou da Silva surge sem explicação, parecendo surgir quando se verificava uma ascensão social, uma espécie de sinal de modernidade. O meu Silva vem de dois lados diferentes e eu não consigo explicar por que razão ele surgiu em qualquer dos casos. Fora isto, já encontrei o baptismo dos dois primeiros filhos de Amélia; João (1879) e Raul (1880). Em solteira a mãe chamava-se Amélia da Silva Ramos mas por casamento passou a usar Amélia Guedes da Costa Lobão em que Silva Ramos foi trocado por Guedes, que vinha da suposta madrinha do pai, sendo Costa Lobão do marido. Ainda há pelo menos mais dois filhos para encontrar, o que é muito trabalhoso não se sabendo em que ano é que nasceram; de facto, na freguesia do Bonfim eram registadas cerca de 650 crianças por ano — agulha em palheiro. Toda esta investigação tem sido bastante estimulante. Com um abraço agradecido pelas ajuda

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