Recordar tempos idos... Falar do presente, também. E até, de quando em vez, arriscar vatícínios. Em vários domínios e não só no da política...
sábado, 15 de fevereiro de 2025
“A MULHER DO LUSOPRESSE”:
20 ANOS DE HISTÓRIA NA COMUNIDADE•
Por Adelaide VILELA
(Fotos de David BOULINEAU e Franco RODRIGUEZ)
A “Festa da Mulher do LusoPresse”,realizada na Casa dos Açores do Quebeque, jáacumulou uns belos 20 anos de história e dereconhecimento. Norberto Aguiar conscientede que a mulher tarda em ocupar o lugar quelhe é devido, na sociedade, criou um evento dedicado a elas acreditando na dimensão e noprivilégio que este acontecimento inédito viriaa alcançar. A mulher merece ser homenageada,é ela quem dá luz ao mundo, e de sobremaneiraconsegue o que deseja vencendo com destrezae valentia quaisquer desafios.
Norberto Aguiar sabia, de antemão, que a figura da mulher foradesconsiderada e mesmo desacreditada duranteséculos. Os direitos de liberdade da mulher tardaram em entrar no ciclo da igualdade, e é preciso acrescentar que apesar das lutas e das conquistas, muitas são apenas máquinas de procriação e donas de casa. Há que deixar claro que ainda hoje a luta pela igualdade de gênero éconstante em diversas sociedades. Quantas não ganham o direito de se instruir, e sem a liberdade de escolha não podem trabalhar nem ocuparlugar algum ao lado dos homens. Temos consciência de que as nossas seis oradoras e todasas outras que o jornal LusoPresse reconheceu nestes últimos 20 anos, são mulheres livresque se definem com seriedade e vantagem, aotrilharem caminhos ao lado dos homens, focadas em determinados critérios que assentamem padrões eficientes e competitivos. Ao longo do tempo ganharam espaço e passaram aassumir, dentro do seu plano de crescimento,um lugar importante na sociedade sem nuncaabandonarem o seu núcleo familiar. Tambémo criador deste evento se deu conta de que a luta por elas desenvolvida fez com que a mulherdeixasse de ser notada como a simples dona decasa e passasse a ganhar protagonismo.
Cada uma das nossas seis preletoras apostou na suaformação, e conseguiu afirmar-se, mostrandoser grande prestadora de serviços à sociedade,por isso desempenhou e desempenha cargosimportantes em política, na armada, em finanças, no ensino e em grandes empresas.
E foram grandes mulheres as que criteriosamente o Lusopresse escolheu e homenageou durante duas décadas, e outras merecem ainda ser reconhecidas.
Durante os tempos difíceis em que a Covid19 encerrou a população em casa, caíram porterra as oportunidades para celebração ao vivo.Assim, neste quadro específico, o tempo foipropício para celebrar o Dia da Mulher.
Foram entregues os Prémios Corte-Real, e apresentouse a conclusão do estudo: O estado e o futurodos meios de comunicação étnicos portuguesesno Quebeque, levado a cabo pelos professores doutores Luís Aguiar, Farrah Bérubé, CarlosTeixeira (ausente) e Amilie Chalifoux, licenciada. A festa da “Mulher do LusoPresse” realizouse na Casa dos Açores do Quebeque, num tempo em que o tempo não diz nada por falta de interesse, mas conta-nos tudo, conta com 20 anos de história, de reencontros e de reconhecimento de grandes damas do nosso burgo.
Estivemos com atenção às palavras das convidadas e cada uma das palestrantes nos surpreendeu pela positiva.
Teresa Aguiar, a jovem Alferes daArmada Portuguesa, a residir em Lisboa, commestrado em Ciências Desportivas, aconselhouos jovens, principalmente as mulheres, a integrarem o serviço militar. Na sua opinião, nas fileiras militares fazem falta as mulheres e, tal como o devem entender, as mulheres de fardasão tratadas por igual e muito respeitadas. Teresa Aguiar assume o seu posto e posição ao lado dos homens e conta seguir a vida militar.
Do exército damos o braço e o abraço aAnabela Monteiro, uma menina que conhecemos na Comunidade Portuguesa de Montreal:viva, esperta e inteligente! Nós afirmamos sempre que a Anabela é uma grande profissional,ágil e de espírito aberto, um dia ainda veremosocupar um cargo de relevo como mulher napolítica nesta sociedade canadiana. AnabelaMonteiro trabalha como assessora do deputadode Nelligan e líder da Oposição oficial na Assembleia Nacional, em Quebeque. Na sua alocução, no Dia da Mulher do LusoPresse, rendeutributo à mulher emigrante, e sobretudo aosseus pais. Anabela Monteiro confessa que aforma de vida que a sociedade proporciona àsfamílias não é muito diferente da época emque era menina. Sabemos que dos pais recebeuum cofre de possibilidades para que hoje sejauma grande mulher na vida e no amor.
Outra mulher valiosa é a Paula Ferreira,presidente do Conselho de Administração daCasa dos Açores do Quebeque, cursou Recursos Humanos e saiu licenciada pela Universidade McGill. Como formadora ocupou oposto de diretora de Remuneração Executivae Recursos Humanos numa empresa de renome canadiana. Paula Ferreira é uma mulhercalma, possuidora de uma grande riqueza interior e melhor ainda: canaliza a energia positiva para o sítio certo, gosta de se entenderbem com todos e sabe organizar-se em tudoo que realiza. O amor pelos seus está patente,notou-se no sem número de fotos que pudemos ver enquanto nos dava a conhecer o quefoi a sua vida, como mulher emigrante, nestaprovíncia.Falamos agora da querida Jacinta Amâncio, outra mulher de grande valor que nuncaviveu por viver e nunca se viu vacilar. Chegoua Montreal, depois de Angola, formou-se emHistória e segundo nos contou, as Finançasfalaram mais alto. Logo, voltou aos bancosda escola e trouxe nova formação nesta área.Graças ao nível de qualidade demonstrada foidiretora da “Caixa Desjardins Portuguesa”.Assim sendo, com grande desempenho, favoreceu e defendeu os interesses dos portugueses. Jacinta foi simplesmente uma máquinade trabalho, uma mulher profissionalíssima ede uma gentileza como só ela sabe ser e estarna vida e no emprego.
Alexandra Mendes foi a menina traquinaque nunca viu vagareza nos seus atos, pareceque nasceu numa manhã cheia de oportunidades. Deputada de Brossard-Saint-Lamberte Vice-Presidente do Parlamento do Canadá,foi outra das convidadas do “Dia Da Mulherdo LusoPresse”. É outra das mulheres dasquais nos orgulhamos. Ao ouvi-la discursarafirmando de que na política como em qualquer outro trabalho a mulher deve lutar paraque todos os desejos se concretizem e nuncaesperar que as coisas lhe venham ter às suasmãos, “A mulher é que as deve agarrar comvantagem e convicção”. Alexandra Mendesé, sim senhor, uma Grande Mulher! (Já recebeu, em outra ocasião, o Prémio Corte-RealLouvor)
Tal como a jovem Alferes Teresa Aguiar,Manuela Aguiar veio de Portugal para participar no “Dia da Mulher do LusoPresse”. Anossa estimada Amiga regressou ao Canadácom a mesma alegria de sempre. É de salientarque ao dedicar-se ao povo emigrante comoSecretária de Estado da Emigração e das Comunidades Portuguesas iniciou o Conselho dasComunidades, que seguramente seria umamais-valia, para os emigrantes e lusodescendentes caso soubessem tirar proveito.
Durante a sua alocução, Manuela Aguiar, muito alegre e descontraída, contou-nos histórias inéditas esensacionais das muitas das suas visitas à diáspora portuguesa. A ex-Secretária de Estado eex-Vice Presidente da Assembleia da RepúblicaPortuguesa manda um recado ao Norberto Aguiar: “A Festa do Dia da Mulher é para semanter, principalmente, porque é um eventoinédito e visa render tributo à mulher”. Manuela Aguiar está aposentada, mas continua irrequieta. Ela pertence ao Conselho de Curadoresda Fundação Luso-Brasileira, ao ConselhoMonárquico, ao Círculo de Culturas LusófonasMaria Archer.
É membro de diversas ONG’se Administradora não Executiva da SAD doFutebol Clube do Porto. Manuela Aguiar trouxe meia dúzia de livros para Montreal, uma obra acabada de sair, com prefácio do digníssimo colaborador do jornal LusoPresse, DanielBastos, mas não aceitou fazer o lançamentodo livro, preferiu assistir à festa e oferecer oslivros.
O livro intitula-se O CONSELHODAS COMUNIDADES PORTUGUESAS –Espaço de Utopia e Experimentação. Já lemosuma parte, é uma obra de relevo, representativa,e de maior interesse para as comunidades quegostem de história desenhada na memória.Para que possamos entender melhor a sociedade, Norberto Aguiar é preciso que sejapreservado o Dia da Mulher do LusoPresse.Lembramos-te a ti e a todos os que defendem a mulher que nem tudo foi conquistado,os direitos da mulher na questão salarial e outros aspetos, mesmo nas sociedades desenvolvidas, sobretudo no que respeita aos direitosde igualdade de género ainda não é conclusivo,sabemos que as falhas masculinas persistemséculos depois.
No fim da sessão, as oradorastodas foram unânimes em afirmar que nenhuma mulher deve esperar que a sorte lhe venha ter às mãos, cada uma deve ter os seuspróprios recursos e não esperar por ninguém.
VIVA A MULHER!
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