quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Mary Giglitto, vista por M A


Mary ensinou-me, por palavras e actos, que os portuguesas já nascidos no estrangeiro podem ser tão ou mais patriotas do que nós e melhor continuar uma história antiga de convivialidade no mundo.
O Festival Cabrilho, que não pode ser dissociado do seu nome, como uma autêntica "alma mater", é a evidência do seu querer e do seu "poder": se Portugal esteve e está no centro das Comemorações (através da Marinha, representada ao mais alto nível numa “cimeira” de altas patentes da Marinha de quatro países, que se juntam para homenagear o navegador), a ela isso se deve. E acho que até se lhe deve também o facto de Cabrilho, que, ao serviço de Castela " realizou a viagem de achamento da Califórnia, aí manter, intocada, a sua nacionalidade portuguesa - pois sem Mary, no terreno da disputa, o teriam, com toda a probabilidade, feito postumamente castelhano... (tentativas houve, mas não fizeram vencimento...)
História, cultura, comunidades portuguesas encontraram nela uma defensora (ou porque não dizer, uma "guerreira"?), que sabia ganhar as batalhas com as armas que cada ocasião reclamasse: irreverência ou diplomacia, confronto ou consenso... mas sempre com os argumentos da inteligência, da simpatia irradiante, da impetuosidade lusíada e de um sentido de humor muito americano,
A tese doutrinal da dupla pertença, da dupla nacionalidade, tem em Mary, na sua pessoa e na sua obra, a mais perfeita encarnação.
E porque era na América que vivia, Portugal tornou-se mais a sua causa, a sua missão!

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