terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

CCP paridade - proposta das Conselheiras

Senhora Conselheira

Agradeço imenso a informação e muito me regozijo com esta histórica iniciativa das Conselheiras do CCP,  
 Estou inteiramente de acordo com as propostas e quero felicitá-las pela forma tão objetiva e tão convincente como a defendem. É chocante e, como salientam, incompatível com a própria definição de democracia, a situação de discriminação de género subsistente quase 40 anos depois da criação do 1º CCP (um Conselho associativo, eleito por sufrágio direto de entre dirigentes das instituições das Comunidades Portuguesas) e 23 anos depois da adoção de um novo modelo de Conselho eleito por sufrágio direto e universal, ou seja um órgão de representação dos cidadãos portugueses do estrangeiro. Acompanhei de perto a evolução do CCP e participei nos seus trabalhos, na qualidade de membro do Governo e de Deputada da emigração, desde o seu primeiro encontro mundial, em abril de 1981 até 2005 e sempre considerei que a falta de representação feminina afetava a imagem, a credibilidade e,  em dúvida, também, a funcionalidade e a eficácia do Órgão. 
No 1ª Conselho, o de 1981, não havia uma única mulher eleita!... Em 1983 havia apenas duas, ambas jornalistas, uma de Paris, outra de Toronto. A esta se deveu a recomendação que levou à convocatória do 1º Encontro de Mulheres no Associativismo e no Jornalismo, em 1985. Um encontro de extraordinário nível, graças à qualidade da intervenção e à capacidade de construir consensos dessas grandes mulheres vindas da diáspora portuguesa, Confesso que fiquei surpreendida  . Excederam todas as minhas expetativas e deram-me, desde essa altura, a noção exata da falta que a sua voz fazia no CCP,,,
É claro que a imposição de quotas, no Conselho como na Assembleia da República, foi decisiva nos progressos que se registaram na última década, ainda que tenham ficado aquém do que se esperava. Infelizmente mais aquém ainda no CCP do que no nosso parlamento, na representação nacional no parlamento europeu ou no governo...
Sempre fui uma adepta declarada do sistema de quotas, consolidados há décadas, no interior dos partidos da social democracia nórdica e  vejo, com satisfação, a sua crescente aceitação até em países do sul, tradicionalmente pouco sensíveis`ás questões de igualdade de género. 
Quanto maior é a resistência à participação feminina, mais importante é reforçar a aplicação de quotas. Em Portugal a discriminação é particularmente visível no CCP e nas Autarquias locais (a percentagem de mulheres presidente de Câmaras é baixíssima!). Há. pois, que detetar e impedir os desvios ao espírito da lei, verificados nestes universos específicos,
Permitam-me, em tão  difícil contexto, felicitá-las pelos resultados já alcançados  a nível regional.. É um sinal de esperança. no futuro
Pela minha parte, tudo farei para divulgar esta relevante decisão conjunta das Conselheiras

Sem comentários:

Enviar um comentário